segunda-feira, 10 de março de 2014

A arte de comunicar


Apenas comunicamos quando temos feedback!

Muitos se lembrarão da publicidade (não direi a marca):

......blá, blá, blá, "comida" saquetas ....... blá, blá, blá, "comida" saquetas ... - vê-se ao mesmo tempo um gato a olhar para a sua dona a ouvir apenas "comida" saquetas

Comunicação impecável! Ou talvez não!

Comunicação cheia de filtros,
pois aqui o gato, apenas ouve o que lhe interessa.

Todos nós temos essa capacidade extraordinária de ouvir apenas o que nos interessa. O típico "entra a 100 e sai a 200"

Quando obtemos uma resposta à nossa mensagem, então estamos a comunicar com essa pessoa que nos dá feedback.

Mas cuidado com as aparências!

Deixem-me contar uma pequena história real ....

- Filha, preciso que vás à D. Alice comprar um chouriço.

- Ok mãe, vou agora mesmo.

Dirige-se a Maria à D. Alice e pede-lhe um chouriço para levar à mãe.
Mas vem de mãos a abanar, muito triste e até embaraçada. Chega-se então ao pé da mãe.

- Mãe! A D. Alice disse que não vende chouriço!

- Mas ela tem sempre! - diz a mãe

- Ela até se riu ao pé dos outros meninos e por isso vim-me embora. - Disse a Maria

A mãe percebe logo tudo!

Existem 2 D. Alices (que ela saiba). Uma é de uma mercearia lá da terra, e a outra, é a Sra. que dá explicações às crianças depois das aulas.

Parecia que a comunicação tinha sido perfeita, mas afinal houve um mal entendido.

Por quantos mal entendidos já passou, apenas porque a informação passada não era clara?

Tarefas aparentemente simples (apenas simples para nós, teremos nós de assumir), devem ser corretamente transmitidas, tendo sempre a certeza que houve comunicação, ou seja, que a mensagem passou de forma muito clara.

E não parta do pressuposto que o outro já sabe!

Um dia, agarrei numa pasta lá do escritório, e perfecionista como sou, fiquei muito desapontada com o que vi.

Os documentos estavam todos arquivados, mas todos desalinhados. Umas folhas estavam mais para cima, outras mais para baixo, tudo perfeitamente desencontrado.

Não percebia como é que uma tarefa tão simples, e que até uma criança sabe desempenhar (julgava eu), não tinha sido bem executada.

Culpa minha! Claro!

Não tinha nada que assumir que todas as pessoas sabem que se deve dobrar a folha a 1/2 e colocar esse 1/2 no rasgo que aparece no furador. Sim, porque eu sou totalmente não adepta do marcador do meio da folha que está sempre fora do sítio!

Nunca assuma que alguém sabe o que tem a fazer.

Mesmo depois de o outro ser instruído, não se esqueça que de vez em quando, deve haver um refresh da informação, para ter a certeza que ainda sabe fazer da maneira que entende correta.

Cuidado com a forma como o outro o ouve. Não se esqueça que umas pessoas são mais visuais, outras mais auditivas e outras ainda mais sensitivas. Todas elas ouvem de maneira diferente.

Quando dá instruções, tem de perceber quem está do outro lado. Isso faz toda a diferença na comunicação.

Desafio:

- Cada vez que dá uma instrução, peça ao outro para confirmar a mesma.

- Utilize jogos de palavras na comunicação. Utilize palavras que apelem à audição, à visão ou à sensação.

- E o que funciona melhor consigo? Escute-se com atenção para perceber que palavras funcionam melhor consigo.

Envie-me um email (ana.antunes@possibilidades-infinitas) e responda:

      * Sou auditivo porque ....
      * Sou visual porque ......
      * Sou sensitivo porque ......

Já agora! Não se esqueça que tem um pouco destas 3 formas, mas por norma, uma delas é mais predominante.

COMUNICAR ≠ FALAR

COMUNICAÇÃO = FEEDBACK


Abraços
Ana Antunes